O volume acumulado de águas nos 127 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) atingiu, ontem à tarde, 65,22% de sua capacidade total (17.898.035.345 de metros cúbicos de água) percentual maior do que o de todo o período chuvoso do ano passado que foi de 62%. Em 2007, apenas 19 açudes sangraram na quadra chuvosa (fevereiro a maio) e, até ontem à noite, 41 reservatórios já tinham atingido a capacidade máxima. O açude Orós, o segundo maior do Estado, deve começar a sangrar até o próximo domingo, segundo a assessoria técnica da Cogerh.
O açude Orós, que pertence à bacia do Alto Jaguaribe, chegou ao volume total (cerca de 2 bilhões de metros cúbicos de água) em 2004. Naquele ano, de acordo com o assessor da presidência da Cogerh, Yuri Castro, as 11 bacias hidrográficas cearenses acumularam 86% do volume de águas e 95 açudes sangraram durante o período chuvoso. Como ocorreu na última terça-feira, 1º, naquele ano também foram abertas as comportas do açude Castanhão para controlar a vazão das águas e evitar cheias.
Com a previsão de que o Orós, localizado no município de mesmo nome, comece a sangrar a partir do próximo domingo e, no mais tardar, na manhã de segunda-feira, Yuri informa que mais duas comportas do Castanhão serão abertas. Isso porque toda a vazão das águas do Orós vai para o Castanhão que fica no município de Alto Santo, a 247 quilômetros de Fortaleza. Ontem, pelas duas comportas abertas do Castanhão estavam sendo liberados 600 metros cúbicos de água por segundo. Quando o Orós atingir 100% de seu volume, mais duas das 12 comportas serão abertas. Outro açude previsto para sangrar nos próximos dias é o Arneiroz II, na bacia do Alto Jaguaribe.
De acordo com Yuri Castro, a vazão das águas do Orós e do Arneiroz para o Castanhão não significa inundações em cidades que ficam no Baixo Jaguaribe, como temem as famílias. O monitoramento é constante dos açudes e dos grandes rios como o Jaguaribe, Banabuiú e o Salgado. Fazemos o controle das enchentes e da vazão do açude Castanhão para evitar as inundações. Ele disse que as populações das cidades da região Jaguaribana devem ficar tranqüilas.
