O Programa Cientista Chefe em Recursos Hídricos é uma iniciativa financiada pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Ele promove a integração entre a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Governo do Estado do Ceará e instituições do setor hídrico, como a SRH, COGERH e CAGECE. O objetivo é identificar os principais desafios tecnológicos relacionados à oferta, demanda e uso da água, buscando soluções inovadoras para a gestão dos recursos hídricos.
Com base em experiências exitosas no exterior, pesquisadores com larga experiência, reconhecimento internacional em suas áreas e nível 1A do CNPq (maior gradação possível no ambiente acadêmico brasileiro) foram alocados em áreas consideradas estratégicas da administração estadual: segurança pública, saúde, educação, análise de dados, recursos hídricos, pesca e aquicultura e energias renováveis.
O programa é coordenado pelo Professor Francisco de Assis Souza Filho, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da UFC, que atua como Cientista Chefe de Recursos Hídricos do Estado do Ceará. A ação foi formalizada por meio de um termo de cooperação entre a UFC e a Secretaria dos Recursos Hídricos do Ceará (SRH), e está estruturada em seis áreas de atuação: desenvolvimento institucional, estudos e projetos, gestão participativa, instrumentos de gestão, monitoramento e operação e manutenção.
Além disso, o programa busca antecipar novas tecnologias que possam transformar a forma como os recursos hídricos são gerenciados, ajudando o Estado a se preparar para essas mudanças, seja para enfrentar desafios ou aproveitar novas oportunidades.
Principais produtos do Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos
O Projeto ALOCAR, desenvolvido no âmbito do Programa Cientista Chefe Recursos Hídricos, financiado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) em parceria com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (COGERH), objetiva contribuir para o aprimoramento dos processos de alocação negociada de água.
O ALOCAR se propõe a elaborar o histórico da alocação de água no Estado do Ceará, diagnosticar e analisar a alocação negociada de água em cada região hidrográfica no estado, a fim de mapear os conflitos e criar estratégias atuais para gerenciá-los em cada região hidrográfica. Visa ainda desenvolver um estudo hidrológico das incertezas do regime fluvial e realizar a operação dos hidrossistemas com vistas à alocação de água, construindo a cenarização para a otimizar o sistema.
negociada. O Projeto ALOCAR identifica uma dimensão social, no que tange a quais são os diferentes interesses e conflitos presentes nas regiões hidrográficas, realizando uma capacitação para mediação institucional, visando o aprimoramento da participação social e maior aderência das comunidades.
Histórico da Alocação Negociada de Água no CearáGestão Adaptativa dos Recursos HídricosPrimeiro Olhar Sobre a Alocação de Água no Ceará: Contexto, Reforma e ContrareformaDiagnóstico da Alocação Negociada de ÁguaCálculo das Afluências aos Reservatórios Estratégicos do Ceará: Definição das Vazões Oficiais
A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos – Cogerh, vinculada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará – SRH, firmou Termo de Cooperação Técnico Científico com a Universidade Federal do Ceará – UFC no contexto dos seis eixos de atuação da companhia: Desenvolvimento Institucional, Estudos e Projetos, Gestão Participativa, Instrumentos de Gestão, Monitoramento e Operação e Manutenção. Através da cooperação mútua e no âmbito do Programa Cientista Chefe de Recursos Hídricos serão elaborados os Planos de Recursos Hídricos das 12 regiões hidrográficas do Estado.
Planos de Recursos Hídricos das Regiões Hidrográficas do Ceará
Os Planos de Gestão Proativa de Seca, projeto advindo do Programa Cientista Chefe – Recursos Hídricos, visam aprimorar as estratégias acerca do planejamento de seca, em parceria com a COGERH e a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH). Trata-se de um plano estratégico, de curto prazo, e operacional que visa definir ações capazes de mitigar o impacto das secas na segurança hídrica do Estado do Ceará, em consonância com os processos e espaços de participação social estabelecidos na alocação negociada de água já existentes, agregando os Comitês de Bacia e as Comissões Gestoras.
Os Planos de Gestão Proativa de Seca auxiliam na definição da alocação da água entre os setores e os usuários, de maneira a definir mecanismos e critérios de monitoramento, fiscalização e operação dos sistemas. De forma proativa, o Plano tem três pilares fundamentais: o monitoramento preventivo e o alerta precoce, a avaliação da vulnerabilidade, do impacto e a mitigação, o planejamento e as medidas de respostas. O planejamento de secas contempla diferentes escalas espaciais e finalidades, como concessões de águas urbanas, sistemas de irrigação, hidrossistemas, abastecimento hídrico de populações rurais difusas e agricultura de sequeiro.
O escopo de Plano foca na dimensão hídrica e aborda, dentro de seu âmbito operacional, duas escalas: regiões hidrográficas – fornecendo diretrizes, estratégias e informações para mitigação, preparação e resposta à situações de seca na bacia – e hidrossistemas, a observar a oferta de água, superficial e subterrânea, e a demanda hídrica, a fim de definir regras de alocação e níveis de seca com procedimentos associados a gatilhos entendidos para cada região. O planejamento opera a partir de uma estratégia metodológica formada por diagnóstico, no qual se insere a dimensão das percepções e memórias da seca junto aos atores sociais e a identificação dos impactos e vulnerabilidades; o planejamento, no âmbito da oferta, da demanda, da construção de cenários dos estágios de seca, gatilhos e metas de resposta e um plano de ações, mobilizáveis em diferentes períodos de seca; e, por fim, a execução, com a implementação, monitoramento, avaliação e atualização.
Definição das Vazões Oficiais, fruto do Projeto Gerenciamento de Risco, Alocação e Operação do Sistema de Recursos Hídricos (ALOCAR) gerido pelo Programa Cientista Chefe da Funcap, em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e Cogerh.
Relatório de Cálculo das Afluências aos Reservatórios Estratégicos do Ceará
O projeto Capacidade de Suporte do Castanhão é executado no âmbito do Programa Cientista Chefe Recursos Hídricos da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) em parceria com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (COGERH). O projeto visa analisar, através de estudos de campo/laboratório e modelagem matemática, a capacidade de suporte do açude Castanhão (6,7 bilhões de m3) com relação às cargas de fósforo, bem como investigar o impacto de diferentes medidas de remediação e da transposição do Rio São Francisco.
No projeto propõe-se o desenvolvimento de um novo modelo matemático que pretende prever a intensidade e duração das cargas internas de fósforo advindas do sedimento, em função de diferentes níveis de acumulação de água, estratificação térmica, oxigenação da coluna de água e composição do sedimento. Em consonância, serão analisados os cenários de alterações das condições hidrológicas e de qualidade da água em virtude da transposição do Rio São Francisco. O projeto tem o potencial de promover avanços tecnológicos e científicos na área de recursos hídricos ao simular impactos de diferentes cenários. É prevista a colaboração com pesquisadores do Leibniz-Institute of Freshwater Ecology and Inland Fisheries (IGB), Berlim, Alemanha.