Pesquisa é conduzida por universidades britânicas e brasileiras em parceria com a Cogerh e a Cagece, tendo financiamento do Conselho Britânico de Pesquisa em Engenharia e Ciências Físicas (Epsrc)

 

As condições ambientais do semiárido como a grande intensidade de insolação, a precipitação média reduzida e a baixa renovação da massa de água são favoráveis ao fenômeno da eutrofização nos reservatórios hídricos. A eutrofização é o crescimento excessivo de plantas aquáticas, algo que afeta a qualidade da água e provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais, exigindo um maior esforço para torná-la potável.

Buscando alternativas à redução dos impactos da eutrofização, há 3 anos está em desenvolvimento um ambicioso projeto de pesquisa que tem como objetivo a criação de uma metodologia de tratamento e melhoria da qualidade de água para o consumo humano.

Numa breve estada no Ceará, os pesquisadores Dr. Jianing Hui, da Universidade de St. Andrews, e o Dr. Carlos Pestana, da Universidade Robert Gordon, acompanhados pelo prof. Capelo Neto, da Universidade Federal do Ceará, ajustaram suas agendas e fizeram uma breve visita à sede da Cogerh para demonstrar um dos protótipos de reatores e anunciar a nova etapa do projeto. Na ocasião estiveram presentes o gerente Disney Paulino e os técnicos Josefa Marciana e Rodrigo Vasconcelos.

O projeto envolve as Universidades Federais do Ceará e do Rio de Janeiro, com parceiros do Reino Unido (Universidade de St. Andrews e Robert Gordon University em Aberdeen, na Escócia; e Queen’s University em Belfast, Irlanda do Norte) e com o apoio da Cagece e da Cogerh, através das gerências Metropolitana e de Desenvolvimento Operacional, vinculadas à Diretoria de Operações.

Entenda

As cianobactérias presentes em ambientes eutrofizados e seus metabólitos secundários tóxicos podem representar um risco para a água potável. Como a remodelagem das estações de tratamento de água é proibitivamente cara, este projeto visa solucionar o problema induzido pelas cianobactérias em sua origem, dentro dos reservatórios utilizados para a produção de água potável.

Aplicando um processo físico-químico chamado fotocatálise, os parceiros do projeto buscam fornecer um sistema de tratamento que se apoia na energia solar e no uso de materiais inertes como metal, vidro e um produto químico chamado dióxido de titânio (TiO2) para melhorar a qualidade da água. O dióxido de titânio é um produto químico abundante e barato encontrado em alimentos, produtos cosméticos e tintas.

Quando a luz atinge a superfície do TiO2, é criado um poderoso oxidante que pode remover organismos e compostos indesejáveis da água potável sem afetar a segurança ou a qualidade da água. Após vários experimentos em laboratório e de mesocosmo (sistema experimental ao ar livre que examina o ambiente natural sob condições controladas) terem mostrado resultados promissores, os parceiros do projeto se preparam para executar uma nova etapa que é a de testar o sistema no reservatório do Gavião ainda este ano

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