Cogerh apresenta avanços no monitoramento de águas subterrâneas da Bacia do Cariri
Seminário realizado no Crato expôs resultados de estudos sobre qualidade de água
A Cogerh, por meio da Gerência de Projetos e com apoio da regional da sub-bacia do Salgado, realizou o seminário “Águas Subterrâneas na Bacia do Araripe: Desafios na Gestão dos Sistemas Aquíferos“, no GeoPark Araripe, no município do Crato, nesta sexta-feira (2).
O evento expôs resultados do projeto que identifica a recarga e a idade de aquíferos estratégicos para a região, que detém a maior reserva de águas subterrâneas do estado, por meio de isótopos ambientais. Os dados são fruto de convênio com a UNESP/FUNEP – Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho/Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão.
Foram discutidos os métodos de medição dos níveis de poços artesianos, analisando aspectos físicos, químicos e bacteriológicos das amostras em 24 pontos na Bacia do Araripe, desde 2009, em parceria com a Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas do Serviço Geológico do Brasil.
Para entender melhor os processos de estudo da qualidade das águas da região, confira a cartilha abaixo.
Cartilha – Águas Subterrâneas no Cariri
“Investir em monitoramento é fundamental para analisar a história das águas subterrâneas, especialmente nesse cenário que vivemos de mudanças climáticas que influenciam nas recargas”, comentou o pesquisador em Geociências da UNESP, Didier Gastmans.
Durante a apresentação, foi abordada a superexplotação observada dos aquíferos do Cariri, com destaques para os munícipios de Juazeiro do Norte e Crato, com alta demanda para abastecimento humano e desenvolvimento econômico e social associado à expansão agrícola.
“Muitos acham que os recursos hídricos nunca irão acabar. Aqui há uma questão séria de impermeabilização. As cidades crescem e não existe mais infiltração de água como antes. Jamais a taxa de infiltração será a mesma da de explotação, porque se perdeu com asfalto, cimento, etc. Temos que repensar essas atitudes”, explica Zulene Almada, gerente de projetos da Cogerh.
Essa exploração crescente afeta os volumes de reservas a longo prazo, com prejuízos além dos quantitativos, como contaminação da água devido a construção inadequada de poços, falta de saneamento e outras fontes difusas de poluição.
O projeto iniciou em 2022, com duração de três anos, em que foram investidos cerca de R$ 1 milhão para o monitoramento isotópico e está sendo estudada a possibilidade de diversificar a rede de isótopos, segundo a gerente.
Assista ao seminário completo no YouTube da Cogerh.
Compartilhe: